sábado, 15 de agosto de 2009

O retorno do vinil

Reativação de fábrica brasileira de discos vinil levanta discussões sobre o sucesso entre colecionadores


Enquanto os músicos tentam conquistar mais fãs disponibilizando seus álbuns para a venda em mp3, alguns apreciadores de música seguem um rumo oposto cultivando sua coleção de discos de vinil.

A reativação da fábrica brasileira de discos de vinil Polysom pode colaborar com esses audiófilos. A fábrica, que fica em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, estava parada desde outubro de 2008 e voltou à atividade no início desde ano ao ser comprada pelo presidente da gravadora independente DeckDisco, João Antônio. A fábrica está sendo reformada desde maio e, as etapas da reforma podem ser acompanhadas através de sua página no twitter. O papel que a reativação da Polysom vai ter nessa “nova onda” do vinil divide opiniões.


O advogado colecionador de discos de vinil Joaquim Cutrim, que possui cerca de 700 discos, acredita que João Antonio se dedicará a reforçar a volta do vinil, mas não vê os discos de vinil se tornarem popular mais novamente. “De início, não somente colecionadores, como aqueles pertencentes à classe média e alta, além de muitos cantores, serão os principais fregueses da volta do vinil.”. Ele explica que para aproveitar a qualidade som que o vinil oferece são necessários amor à música e um bom toca-disco. Ele afirma que o vinil “será uma opção mais cara por fidelidade, qualidade fotográfica e durabilidade indeterminada.”

Acervo de Pedro Provazzi

Provazzi vê a Feira como uma excelente maneira de trocar informações
 


O publicitário editor do blog Collector’s Room Ricardo Seelig acha que a atuação da Polysom no retorno do vinil vai depender dos títulos que serão relançados. “Se fizerem como a Sony, que relançou alguns LPs a 80 reais em álbuns que são encontrados, com extrema facilidade, a um real em sebos, a coisa fica realmente difícil.” A qualidade dos discos é outro fator determinante. Com o surgimento do CD, Ricardo se desfez dos quase dois mil discos de vinil que possuía, tendo substituído quase totalmente sua antiga coleção por versões em CD.
Acervo César Guisser

César Guisser, um dos organizadores da Feira

A principal forma de aquisição dos discos no Brasil é através de sebos, e feiras de antiguidade, por exemplo, ou especializadas em Discos de Vinil, como a Feira Livre do Vinil, que acontece desde 2004 em Santo André com freqüência mensal. Sobre o que leva um colecionador a vender seus discos, Pedro Provazzi, um dos organizadores da Feira, cita que “Muitos não têm mais o equipamento para tocar, ou ele está quebrado, geralmente nós desestimulamos e informamos um local para conserto, ou há vendas quando os discos eram de alguém que faleceu.” De acordo com César Guisser, que também organiza a Feira, os colecionadores de discos que põem parte de sua coleção a venda têm álbuns repetidos, não têm mais espaço em casa, ou precisam de dinheiro.


Clique aqui para conferir essa matéria, editada, no site da Livrevista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails