Queda da fertilidade e excesso de calor afetam a vida das mulheres que passam pelo climatério
Posteriormente à menarca, a menopausa - que identifica a última menstruação - é o marco mais importante na vida de uma mulher, mas os transtornos começam bem antes e se estendem bem depois da menopausa, no período que é chamado de climatério.
O climatério começa com a queda da fertilidade da mulher, que costuma ocorrer pouco depois dos 35 anos e vai até o início da chamada terceira idade. Entre os sintomas que se manifestam estão alguns semelhantes a uma Tensão Pré-Menstrual (TPM) mais intensa, além de ondas de calor, dificuldade para dormir, irregularidade no ciclo menstrual e transpiração em excesso.
“Nos homens, a transição acontece de forma bem mais lenta", explica o urologista Adriano Cardoso Pinto em reportagem da revista Saúde. Isso é explicado pelo fato da espermatogênese – produção dos espermatozóides – ocorrer constantemente. As mulheres, ao contrário, já nascem com uma quantia determinada de folículos que originarão os óvulos, e com o passar do tempo, além de parte desses folículos morrerem, outra parte envelhece, não originando bons óvulos.
Thomas Northcut
A menopausa não deve mais signifcar um fim, mas o começo de outra etapa
A assistente de vendas Fátima Vicentin, 48 anos, conhece o que é viver o climatério. Por causa do estresse, surgido em seu corpo pelo tratamento contra um câncer de mama enfrentado aos 38 anos, Fátima teve sua última menstruação precocemente, entre os 42 e os 43 anos. Ela conta que todos os sintomas são incômodos, mas o que mais a irritava na época eram as ondas de calor e suor. “Às vezes eu estava conversando no trabalho e começava a suar abundantemente. Eu não sabia o que fazer na frente de estranhos.”
Não são somente sintomas físicos que a menopausa provoca, mas também depressão e irritabilidade estão entre as críticas das pacientes. Fátima conta que a queda drástica da fertilidade a deprimiu. Os planos de um segundo filho adiados pelo tratamento contra o câncer foram impossibilitados pela menopausa. “Foi muito difícil quando percebi a queda da fertilidade, a impossibilidade de poder gerar outro filho.”
Além disso, as mulheres percebem uma alteração intensa do corpo, que muda de forma, passando a acumular gordura na cintura. “Meu oncologista fala que antes da menopausa o corpo feminino é violão e, depois, pêra”, comenta Fátima.
Outro mal provocado pelo climatério é a osteoporose, que é agravada pela baixa na produção de estrógeno, responsável pela fixação de cálcio nos ossos. Para amenizar os problemas provocados pelo climatério, alguns ginecologistas indicam a reposição hormonal, que varia de acordo com o organismo da mulher, mas que em algumas não surte efeito. O ideal é que se faça um acompanhamento médico antes do início do climatério. Assim, o ginecologista pode indicar a melhor alimentação para manter constante o humor e, principalmente, para evitar os males e incômodos mais recorrentes.